quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Era um menino

menino, aparentemente, como tantos outros. Vivia em Belém do Pará.. Pertencia a uma família numerosa, seis irmãos. Todos conhecedores e respeitadores, desde muito miúdos, dos princípios ideológicos mais invejáveis. Fruto de sua criação. Pais estremados no catolicismo e cujo dever da caridade era levado à risca. O hábito de perceber o menos favorecido, sempre cultivado. Não que tivesse muito, aliás, era por ter pouco que entendia quem eram os que passavam necessidade. Em seu nada farto, porém acolhedor lar era conhecido como CQS: come o que sobra. E nesta brincadeira se fazia feliz. Esperava que todos se servissem e ao final fazia a festa, se é que se podia falar assim.José. Tão pequeno e com sonhos tão grandes. Queria ser doutor na capital do Rio de Janeiro. E labutou pra isso. Fez de seus estudos uma ponte para alcançar o desejado título. No alto de seus 23 anos formou-se médico, fundamentalmente, um sanitarista. Havia se enamorado, de todo seu coração, por uma bela moça, de família muito mais abonada que a dele e nativa do Rio de Janeiro. Uma recém formada enfermeira, da Escola de Enfermagem Anna Nery. Coisa fina.Batalhou muito para conseguir toma-la pra si, já que os pais de Isabel não concordavam com o passo que a filha pensava em tomar: casar-se com um doutor, porém que não tinha e nem nunca havia tido onde cair morto. Veja só, que coisa!Persistiu e acabou por dobrar Sr. Mattos e D. Laura, com sua dignidade pessoal e seu coração grande, além é claro de deixar evidente a veracidade de sua ternura e amor por Isabel, o que alegou, com êxito, ser o melhor dote de todos.

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