quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

A minha fofolete vale muito mais que ouro!!!


Um dia ganhei um presente da minha mãe. O presente mais lindo que se possa imaginar. Mãe é a coisa mais maravilhosa do mundo! Amo a minha tanto que não é possível explicar. Ela me deu uma caixinha e um texto xerocado. Ao abrir a caixinha me deparei com uma linda fofolete (igualzinha aquelas do nosso tempo, meninas!). O texto dizia o seguinte, resumidamente:

Era uma vez, uma menina que vivia muito bem com seus pais. Um dia sua mãe fica profundamente doente e antes de falecer presenteia a filha com uma boneca extremamente parecida com ela, inclusive nas vestimentas. A mãe diz assim:

“ - Esta boneca é para você, meu amor. Estas são minhas últimas palavras, querida. Se você se perder ou precisar de ajuda, pergunte à boneca o que fazer. Você receberá ajuda. Guarde sempre a boneca. Não fale a ninguém sobre ela. Essa é minha benção de mãe pra você.”

Após algum tempo o pai da menina casa-se novamente. Ele traz com ele uma madrasta ruim com duas filhas ainda piores. Nem é preciso dizer que elas judiam demais da menina. Ela se torna escrava delas e como é boa e bonita desperta cada vez mais raiva e inveja.
Um dia faz muito frio. Aquele frio terrível que entra nos ossos. Fora tudo está coberto de neve e é quase impossível que um ser humano consiga enfrentar os rigores do inverno. A madrasta e as filhas combinam de mandar a menina buscar fogo, para que possa padecer e sucumbir. Ela aceita a incumbência. Parece que tudo está perdido, mas ela leva a boneca em seu avental. Tudo que pergunta, a boneca responde, ela é seu guia na viagem empreendida rumo a casa da bruxa Baba Yaga, o único lugar onde o fogo pode ser encontrado. Muitos perigos são enfrentados no caminho, a menina enfim defronta-se com a bruxa; muitas tarefas lhe são impostas, mas a sabedoria advinda da boneca faz com que se saia muito bem. Finalmente ela retorna sã e salva, a madrasta e suas filhas são severamente punidas e a menina e o pai vivem felizes para sempre.

Este é um resumo dessa estória que é contada na Rússia, na Romênia, na Iugoslávia, na Polônia e em todos os países baixos.

É uma estória delicada, sensível e que me fez chorar ao ler e olhar para aquela bonequinha e constatar o quanto eu já tinha me apegado a ela e o quanto ela seria sempre, sagrada pra mim... É um conto que na verdade fala de um dom passado de mulher para mulher: a intuição. No caso, o melhor presente que minha mãe bruxinha poderia me dar, com a maravilhosa vantagem de estar aqui por perto.
Então, tenho duas conselheiras: mamãe e a bonequinha... que curiosamente costumam ter sempre a mesma resposta pra tudo que pergunto.

2 comentários:

Ihopein disse...

Mais que estória Hein Amor! Também gosto muito da sua Mãe! Não existe sogra mais gente boa, engraçada e inteligente! Beijo! Te amo!

Unknown disse...

Oi Camu! Linda história. Esse negócio de intuição é sério mesmo, é feminino e hereditário. Além de intuição materna ser a coisa mais certeira que há.
Ah, e eu acho fofolete muito linda. Ainda mais quando vinha naquelas caixinhas de fósforo.
Beijos e bom final de semana.